Friday, December 07, 2007

"(...)Ante esta voz que as dores adormece,
E muda o agudo espinho em flor cheirosa,
Que vales tu, desilusão dos homens? (...)" - Machado de Assis in: Crisálidas

Não tenho tempo para os semi entenderes. Oiço o relógio: tic tac e uma contínua afirmação do supostamente, que engole espaços e travessões. No fundo, tenho sono. Sono por ti, por mim. Sono. Um apetecer do só deixar um espaço entre o já feito e passado, e a retoma da existência. Um descanso. Aquele bocadinho, em que se sente o respirar, que se torna um acto tão consciente e extraordinariamente elaborado, que não sabemos como aguentamos todos os minutos sem ter de pensar nele.
Falo daquele momento entre o ser chamado e o: "Já vou...". Daqueles pequenas alturas em que todas as dimensões são quartas paredes.
Só temo a razão convicta enquanto os chamo. A vontade achada merecida do: "é só mais agora!" , o tanto querer que o Sábado, seja só mais um Domingo, para que o verdadeiro Domingo possa realmente ser Domingo. O poder abandonar-me em pessoa e matéria e perder-me nas mil dimensões do Mim, em que, pelos seus olhos (os de Mim), lá bem no fundinho te tento dizer bem baixinho: Eu estou mais para aqui... Vês-me?

Monday, December 03, 2007

Na verdade o Mar, dá porrada nas rochas só para lhes roubar grão a grão feito galinha. A rocha se despe em solidez e fantasia caminho, não deixando de ter seus percalços, já que nunca aprendeu a nadar. O Pai sempre achou Pedra, dura de ensinar.

Monday, October 08, 2007

Pego em três ramos no chão. Arrumo-os em mim. Olho atento para os pés. Mas raízes...ainda não vi!
A gula nos engole a vontade. O sono nos adormece a genica. E a preguiça...nos radicaliza!! Passamos então à margem. Mas aí nos banhamos e comemos Sol, de olhos fechados. Somos fantásticos!

Thursday, August 30, 2007

Existem alturas em que sentimos a insuficiência das coisas. Outras alturas, em que sentimos uma exigência das mesmas. Ligações, soluções, confusões...
Mais um xuta a bola para aquele lado...qual será o desenlace?

Monday, August 27, 2007

(...)Ultrapassado o sentido de propósito, quem de esperança vive, tarde se levanta. Tudo por uma lógica ionesca simples: quem muito sono tem, pouco dorme! Que lógica? Que ionesquice? É assim mesmo... a verdade, por vezes esconde-se por essas meias.
Estou descalço. Mas não tenho frio nos pés. Está calor? Não sei. Tenho sono. Porque não dormi.
Grandes discussões poderão terminar assim... Mas começar assim?
Eu sei... faço arrastar pensamentos entre dizeres, que tanto podem ser de hoje, como de amanhã. Mas se nos tantos entres alguma ideia se acelerar, o trabalho cerebral justifica-se, somente por um qualquer produto visível.
é assim...

Friday, August 24, 2007

Saturday, August 18, 2007

hoje o dia começou por ser diferente. Hoje o dia foi, porque é suposto o ser. E assim, hoje constacto que todo o "dia" é, e será, agora diferente. E para sempre. Crescemos em forma de ião...Nos positivamos, nos negativamos...nos vamos sentindo. Mas assumimos sempre, que o chamado "core" cresce com nosco, sempre. Se desvia, se chateia, mas é unidade. Unidade então tem que se assumir unida, ciente que se carregou na existência e nunca na falha. Mas o universo é contínuo, não parando nunca em nós. Nem nos nossos. Aí residirá a tal de "beleza"... E, provavelmente, assim o será.
Mas hoje, que supostamente creci... Hoje, sou menos do que até à tão pouco tempo fui...
A Ti de im

Sunday, August 12, 2007

Retrato desse já ali

Saudade não vive mais aqui,
Você pergunta "e daí?",
me guiando, para perto do longe de onde saí,
me lembrando que não estive nunca sozinho,


Me atira verdade e muita história,
que meu cabelo, cresce ainda assim!
Guardar tua imagem na memória
não chega não, p´ra mim.

Me sento nos verdes da tua paisagem,
descansando nos entreténs de cada viagem,
num misto de azul escondido no marfim.

Me sinto pequeno e mansinho,
acordando por vezes triste no caminho,
porque você nunca esqueci.

Me lava minha cabeça,
me refresca todos os pensamentos
que levei daqui.

Me atira verdade e muita história,
que meu cabelo, cresce ainda assim!
Guardar tua imagem na memória
não chega não, p´ra mim.


(processo estranho e em obras....)

Friday, August 10, 2007

Se pegarmos aí em trinta abismos e os dividirmos pela esperança média de vida, nem um nos calha em cada dois anos. Mas vida tem muito mais chatice que isso!! As contagens são muito pouco profundas, quando toca a realidades infortunadas!!
Mas verdades são outras!! Abismo é projecto vivo. Os neurónios prepõem-se à obra e brincam de playmobil! Neurónio 376 faz de engenheiro e o 287 de arquitecto. Os mais débeis do bruto assalariado e o indivíduo em si, fica a brincar de juro. Resultado final: TUDO TRAMADO!!!
Abismo tem nome de monstro, poderia parecer-se com o Abominável Neves. Aliás, com este se escreve e até sobram letras. Mas isso seria simplificar... Abismo veste-se assim de refinado. Empreendedor é a palavra certa. Classificam-se desde moradias de luxo até construções megalómanas, mas assim tudo ao contrário e um bocadinho do avesso! Não está assim nada arrumadinho, é o que vos digo! Abismo é luxo de depressão! É para quem pode e não tem sentido.
Mas, segredo dele mesmo, é que se escava escondido. Dá o soninho, não é... A tal da inércia. Vem a conversa: "ai a tsé-sté!" Mas tunga!! Já tá um gajo tramado. É assim.
Mas tão longa é sua teia e já tã antiga, e não há porra de carro bombeiro que o salve das suas escavações?
Comprar fiado já era... Ninguém confia em ninguém! Bom-bom deixou-se de chocolate e passou a ser crédito, aí sim, nessa terra é que vive toda a gente, só espera o colapso: É pior que térmitas!! Sim, que essas é nem vê-las. Emigraram para o outro lado já qualquer. Aquele do tanto faz, que ninguém se importa, os ditos de terceira.
Bem, contas feitas: letras é a dar-lhes com um pau, os números aumentam e a cabeça da gente rebenta!!!

Saturday, June 16, 2007

"(...) ama-se aquilo com que se cruza (...)"

E se se cruza sempre com o que não se ama e se ama sempre o que não vai nunca cruzar como, efectivamente, não se cruza nos atés?
E se se desfaz caminho de cruzamento enquanto se pensa tudo entre este e o outro tempo?
E quando da mais bruta prosa brota pura poesia?
E quando não se quer mais ser e de "esses" só se quer é Sonhar e Saber?
E essa insistência da vida no amar e imaginar? Hein?
Onde raio andam as entrelinhas? Ando farto de as procurar... Não teria mais sentido termos de ler nas entre virgulas? Passei sempres abrindo livro, procurando espaço e respirando fundo... porque sempre pensei que para ler o vazio se fazia assim...Mas, se calhar, errei em sentido de respiração. Da próxima vez que me cruzar com um livro, vou soprar. Mas quem vai voar? Letra, ideia... ou eu?

Monday, June 11, 2007

Venho no mais claro protesto à minha própria ignorância!!! Criaturinha interioresca e perdida na azáfama académica do delírio da loucura sobrenatural das entidades (a) literadas de mui ilustre casa de ensino, que para lá, dos campos e das muralhas, segue sua linha assim muito própria: "Não és de cá, estando aqui. Mas perdes-te dos lás, enquanto por cá"- Porra para ti cidade eborense, das lendas equivocadas. Senão fossem teus dois guardas míticos, muito hoje ruiria em energia com tanta praga que vos rogo!!
Ainda nada sei de direito (proclamado e intacto!!) e já de tanto me arrependo...sua nuvem maldita, no horizonte desse sonho irreal... em que até as vacas, já pouco têm por pastar...
A uma conclusão, me resumo e me assumo: Pastoreio!!!

(Protesto a propósito da perda da feira do livro de Lisboa!!)
"Assumo desde já a perfeita censura internética que acabei de realizar. É verdade, 2 textos foram à vida... mas tinha-me excedido na sua escrita... tornavam-me numa coisa que não sou aqui, uma vez que aqui sou realmente coisa nenhuma... sendo esse o verdadeiro gosto, resolvi censurar-me a mim próprio, recuando então ao velho ponto de partida, ou seja, a lugar algum!"
Atentamente a gerência

Saturday, May 26, 2007

Os tornozelos, se fossem pessoas, certamente ressonariam mais alto que os ricos! E olha que rico ronca que RONCA!! Pobre apenas faz barulho...

Thursday, May 24, 2007

Qualquer casa sofre nas suas misérias! Venham os vidros duplos e as trancas à porta, que com ou sem ladrão o mistério ataca mesmo. Podemos deixar lá fora o mundo, que cá dentro, tudo dele deriva e se multiplica: pensamentos, desejos, antigas loucuras e paixões ainda por perceber. Mesmo que o pecado more ao lado, é na pouca estrutura que se reflecte. Evitar as varandas!!!
Ardemos em sadismo e queimamos a televisão. Destruímos os rádios e os microndas... Mas elas andam sempre lá... Quantas ondas capta o meu cérebro e nem uma eu noto! O meu próprio organismo me omite factos! O meu próprio Eu me subestima e me oculta a verdade.
Que posso eu pensar de todas estas complicações traiçoeiras? Será seguro ligar a tostadeira? Quem é essa da electricidade nos buraquinhos da parede?
Tenho um confissão a fazer sobre o meu cérebro. Sobre o meu cérebro não, sobre o cérebro que está em mim, mas a sua parte, aquela em que ele é ele, e apenas, mais uma parte de mim. O meu cérebro é TRANSGÉNICO!! Consumido pelas demais ondas, foi-se degradando até que a imunidade do meu sistema teve palavra activa, mas a teratogenicidade estava criada. Porque razão? Pensar a mais. Não demais, mas a mais. Alguns dos pensamentos, surgiam em contexto, eram acarinhados e quiçá amados. Mas outros... umas pobres sinapses mal conseguidas, divergências de trocas electrolíticas em alturas de clara secura de demência.
Por isso agora me tranco. Vejo o dia para lá das risquinhas das janelas e sonho com o dia em que vou conseguir libertar todo o mundo daqui. Só assim estarei realmente presa. A porcaria do mundo libera demais!!!!! Demais mesmo...

Friday, May 18, 2007

Tenho os dedos cansados de viverem nos pés! Tenho a certeza que os dedos das mãos são infinitamente mais contentes. Uma questão de morada ou de existência, ainda não percebi. Mas pé que é pé, gosta de estar em pé, e a porra do pé anda sempre deitado!! Imaginem então os dedos sempre assim... lado a lado, confinados às manias de sapato! É injusto. Mas que posso eu fazer? O pino e andar de luvas? Ficariam os dedos dos pés mais contentes por sadismo?

Thursday, May 17, 2007

E se todos os gatos fossem mesmo pardos? Mas quem é que tem alguma coisa a ver com isso? Se no rosa há pouca paixão, no vermelho demasiada ansiedade!! E, vermelho ou encarnado? O que é que pode interessar, para coisa alguma todas esses algunsinhos de pensar. Ou de se fazer pensando.
Tenho raiva! Não, não estou erradicada coisa nenhuma!! Sou raiva. Raiva toda ela diluída em milhões de gargalhadas. Mas a diluição não altera a composição. Sou raiva, porque tudo está trocado!! E que bonito é o desarranjo...a falta total de... conivencia para com as realidades. Na verdade, mais existe amanhã, que outra coisa! Janis estava totalmente errada, because the tomorrow really does HAPPEN...The truth is that the today never happens, "it´s all the same fucking day"!!!
Então para quê? Me dar ao trabalho de sequer pensar que o today poderá algum dia fazer sentido?? Se dele mesmo fugimos sempre, e só ganha importância quando é ontem?!??!?!

Sunday, May 06, 2007

" As coisas têm de fazer sentido!!!" Porquê? A necessidade de segurança realiza a sua própria satizfação no sentido! Estranho é que esse sentido maior parte das vezes é um sentido racional, tirando logo de si qualquer sentido, uma vez que o sentido tem que ser sentido. A razão sente-se? E a lógica?
Por vezes a confusão é tanta que nem eu me sinto. Sento-me. Descanso nesses devagares da preguiça. A verdade é que não percebo nunca nada. Tudo o que num dia entendo, noutro desentendo.
Acho que só homem tem tanta dor nas costas... cifoses, lordoses e outras escolioses, dão nome às vontades involuntárias do ser: voltar de novo a estar perto da Terra. Tudo cheio de ambições com essa mania dos céus, mas teremos tempo para ver e analizar tudo isso mais tarde, quando da Terra partirmos. Para quê tanta pressa? Dor nas costas... pfuuuu... cada um colhe o que semeou. hehe Boa analogia, plantinha também tem mania das grandezas, normalmente mania de Sol. Mas essa, sabe bem quem a alimenta, agarra-se da menlhor maneira que pode, em cada ascendência.
Planta não tem dor de costas. Só porque não as tem?

Wednesday, April 04, 2007

Traumas, contusões e outros sermões

Há dizeres que, ao fim ao cabo, não dizem realmente nada!! " Ao fim ao cabo"... ou ao fim, ou ao cabo, quanto muito, ao fim do cabo!! Ou em brasileiro, "afim do cabo"... já nada sei.
Apenas constato que me dói ver assim a comunicação tão baralhada! Uma miopia perceptiva crónica... muito desculpada pelo "pois..." Eu próprio, a cada frase, costumo acrescentar um "entendes?"- sinto que dá um espírito solene e de extrema veracidade à mais pura barbaridade proferida, além de ser aplicado sempre retoricamente. Ai daquele que me for respondendo: " entendo". Está a loiça partida, a pintura borrada- embora esta seja uma escolha semântica vulgar, é perfeitamente elucidativa, remete a grande barraco, que é no fundo o que meu ego sente na sua fervilhação. Aí... elaboro nova frase, se for preciso acelero o ritmo, na procura de uma não resposta... daquele silêncio em que os olhares são desviados, mirando as palavras (sábias...), perdendo-se no espaço. Mais um gole no café e a conversa retoma novo rumo. No âmago o ego volta a sentar-se, descansado, no seu trono!!
Isto tudo para falar de sentidos dúbios e totais inversões de marcha. O sentimento nasceu parvo e desde o começo do jogo que sempre pôde andar quantas casas quisesse, nas mais variadas direcções, faz de cavalo, de bispo e quiçá até de espírito! Mas que confusão de palavras! Estas são provas irrefutáveis do estado das comunicações, estas mesmas já nem se afirmam sem um Tele sempre atrás! Eu próprio afirmo em plena consciência que nunca disse nada de jeito na vida! "De jeito", como se boa frase fosse filha de Jeito, em vez de com jeito!! O jeito seduz-se, como para casar, se casa com. Falam-se coisas com jeito. É assim...baralhações mil. Pensei já afogar todos os dicionários, segundo Mia Couto, as palavras boiam. Talvez depois as pudesse arrumar assim muito alinhadinhas, em balões em torno de cada personagem, podia decidir coisas lindas para se dizer. A cada um caberia fazer ecoar algumas coisas. Pode depois gastar-se em lamentações de as ter perdido, mas pode sempre ganhar mais escutando, ou então estagnar-se de papo para o ar e coçar a barriga, enquanto as suas ecoam pelo mundo fora até que cheguem de volta, que às vezes vêm com mais brindes, porque como se diz: "quem conta um conto acrescenta sempre um ponto..."
Este ditado é uma perfeita tonteira, acrescentando pontos mudamos de facto o sentido, mas acredita-se é que se acrescentem factos,dados à história contada; ninguém pensou então que a porcaria dos pontos quebra a história? E quem nos garante que não ponham é de vez um PONTO FINAL?

Thursday, March 22, 2007

Existe a bela paixão pelas "vidas diferentes", dias passados no imaginar de tantas desassemelhanças! Mais tempo é passado nos "e ses", que no fazer propriamente feito! Geração vergonhosa esta, na qual a luta foi falada e esperança não vai além da vontade semi-imediata de satisfação. Homem não nasceu para ser facilitado, mesmo. Quando o é, esquece a virtude de ser Homem, arrastando ociosidades!
O problema é inquilino omnipresente... Mas, aqui ele cresce de vaidade. Não sendo falado, leva uma vida anoréctica, quase sem se molhar à chuva!
Em grandes lugares, a falta de problema é que passa fome. Até criança toma conta de criança, enquanto adulto trabalha em invenções de serviço.
"A vida é dura para quem é mole"- Pfuu, só mesmo para quem enfrenta os bisnetos dos problemas, aqueles probleminhas bem pequenininhos que fazem cócegas ou mordem os dedos dos pés. Esses chateiam, mas não impedem caminho!
A OPORTUNIDADE, é menosprezada. Se fosse mais prezada, mais nasceriam.

( to be continued...)

A Ondjaki e Kiluange, a propósito do documentário:" Oxalá, cresçam Pintangas"

Wednesday, March 21, 2007

O dia começa, com a terra chutando o sol para o alto. É engraçado, que onde o calor se dá, tudo se vai fazendo. Onde o frio aperta, tudo se faz! Excepção será para além do Tejo, que em grande parte, frio se dá e continua-se ...endo...
Mas então o dia começou, apesar de já se ir gastanto, muito falta para o movimento acordar! O povo, tem daqueles que acordam, outros que vão acordando. Mas em unidade... povo demora em se levantar. Demora-se no silêncio e numa conformação cabisbaixa.
- " Quem olha para o alto, respira ar mais puro"- Dizia José de Manias, em constante assédio ao céu, o mesmo que acreditava que o evoluir da espécie tem de passar por uma inversão completa do nariz, já que as cidades só acumulam poeira e que com tanta política, o cérebro já está bem farto de merda!! Mas como tornar mais apta a inversão do nariz? Mais depressa cérebro se desfaz, pensava eu baixinho (mas longe do chão!!), mas ele respondia-me sempre:- " Mais depressa vivemos então no mar, e as ondas que nos levem a poeira, não é?"
Tó ao Vento, achava tudo isso correntezas incertas!! "Quem sabe, se não é a poeira, em suas particulas, a nos revitalizar? Nestes anos todos, vacinamo-nos contra outros, quem nos vacinará contra nós? "
Toda a manhã o discurso se fazia, bem ensaiado! A cada deixa, ligeira pausa... esperavam sangue novo da boca do povo. Mas, cabeças bem preguiçosas os deixavam em eterno diálogo...
Deixando os grandes, partia para a doca. Todas as manhãs, via as ondas chegar e os barcos partir. Tinha sempre aquele aperto na barriga, porque seguindo as leis do toma-lá-dá-cá, não era justo para o mundo, ao fim da tarde, as ondas continuarem a vir e os barcos chegarem também. Maria, de Pedro Embarcadeiro, me descansava sempre:" Não é preciso deixar a Vida. Todos os dias se deixa tempo, trabalho, esforço, sonhos e vontades! Por se deixar tanto, o Mar vem sempre, umas vezes mais que outras." E sorria, me passando a mão na cabeça. Corria então para lá, para os meus outros afazeres. Mas hoje, que o dia começou de todas essas maneira, me apeteceu desistir. De ouvir os homens falar, a barriga apertar e de Maria sorrir.
Foi assim, que hoje percebi, que mesmo desistindo eu, o mundo lá fora para mim, estaria sempre igual. Porque para mim, os homens falariam sempre, a minha barriga outros apertos teria e Maria, que mais tinha que fazer?
Pássaro, voo, terra, relva, praia, sol, nuvem, chuva, água, molha, pingo, riso, tremura, salto, quente, sopa, batata...hehehe, quem precisa de pautas, quando podemos dar belos tons às palavras? Não vim com ritmo, nem ginga e meu pé esqueceu de trazer o samba. Esqueço então a vibração e as orelhas! Arranjo outras formas de brincar também! Abano os dedinhos dentro do sapato, avanço um pé e faço uma roda de 360º, está marcado o compasso!!

Tuesday, March 20, 2007

Compulsões!!

Serão todos os verbos compulsões, mais ou menos escondidas, nessa incandescência que é o dia? Comemos, porque o temos de fazer. Fazemos o que temos que comer. Comemos o que fazemos para termos (...) . Temos que comer para (...) fazer. Fazemos para comer o que temos. Temos, o que fazemos para comer.
Só em três verbos, me compulsionei!Me excedi! Tudo são palavras e complicações compulsionadas! Não acho tempo para tanta animação lírica!! Me esgoto, me canço! Desmedidamente me compulso... faz sentido: hipertensão. Não tenho nem vagar, muito menos devagarinho, para perceber a porra de todos estes bocadinhos, pormenores que traduzem o maior desses "pores" todos, a tal ambição sem metro, ou tamanho ou que raio é!!
Compulsiono-me, pah! Simples? NADA!! Mas se é complicado, simples se torna de definir: COMPLICADO! Uma palavrinha apenas, sinonimizando todos esses mundinhos estranhos por aí.

E VOILÁ!! Achei!!! A compulsão vem mesmo da Palavra:
" Compulsão: s.f. Acto de compulsar"
" Compulsar: [Do lat. compulsare] 1. v.tr. Examinar, lendo 2. v. tr. Percorrer, folhear, consultando (livros ou documentos) "

Veio a noite.
Finalmente, descanso!
Porque:
Verbo de noite, faz ó ó!!!

Monday, March 19, 2007

Está claro, agora, que o Equilíbrio se faz na cabeça, através das vibrações no ouvido interno. É claro!!! É aquela voz ténue, que voa baixinho dentro de nós, nos dizendo sempre aquilo que não se quer deixar entender por essas vontades do Ser. O Equilíbrio não se faz à custa da fala, nem do olhar, nem do cheiro, muito menos do sentimento.
Quando não se ouve direito... anda-se torto. Há quem ande em circulos e outros de lado. Não é problema de cabeça, mas de sistema! Erros de fabrico difíceis de fazer engrenar em outras realidades... É estranho. Conseguir funcionar com certezas, quando o certo se faz no equilíbrio que não se é! Mas... aprende-se! Anda-se em circulos, mas faz-se sempre caminho, não sendo nunca o percurso, nem quem o percorre exactamente o mesmo.

“Sujeite-se ao efeito, e não busque descobrir a natureza da causa.” - Lao Tsé

Conclusão: REBOOT IF NECESSARY!!!

Saturday, February 24, 2007

João de Nada, resolveu juntar todos os seus pequenos alguns, para fazer uma qualquer coisa. Coisa essa, que de nada consistia e de pouco precisava. Seria então o rei de faz de conta, ou melhor o rei do faz de continho, porque sabia que a sua propria história o fazia assim, bem pequininho.
Um dia em que João de Nada fazia assim muito poucochinho se apaixonou por Maria Que-Quer-Tudo. Chorou, rebolou e se refez. Não se tornou João de Tudo, porque achou que o Destino os juntava de qualquer maneira, uma vez que sendo Tudo, tudo poderia perder, sobretudo quem tudo quer, tornaria Maria em Maria Que- Tudo- Perde- Tudo- o-que -Quis. Por isso esperou... Até que finalmente um dia, Maria Que-Tudo-Quer viu que o Tudo só pode existir no Nada e que não tendo Nada, teria Tudo.
Maria Que-Tudo-Quer casou com João de Nada.

Moral da História: Qualquer história é imoralmente bonita!!!

Ps- Alguns anos depois, fomos ver Maria Que-Quer-Tudo e João de Nada, com os seus filhos: José de Sim, Manuel de Não e Joana de Assim-Assim!
(To be continued...)
" (...) Passamos a vida a ouvir palavras sobre o dever de as calar, sobre a obrigação de as medir. Quantos centímetros deverá, então, ter cada palavra? (...) " Helder Fernando

Tuesday, February 13, 2007

Desenhar pintas com os pés é bem mais fácil que coçar a cabeça

Não percebo isso das palavras, cheias de "aí não me toques..."!!! Está mal!! As palavras, deviam ser só paixão, desejo e Amor. Se repararmos bem, as pessoas desinteressadas movem-se monossilabicamente e as desintegradas falam muito rapidamente...
A virtude, como é suposto estar sempre entre qualquer coisa, hoje estará no fim de todas elas... Nem entre a espada, nem a parede, simplesmente lá fora...no Jardim.
Gostava de poder entender realmente esses bichinhos que nos pegam e viram do avesso. Passo a vida revirado, por isso nada contendo. Mas se um dia quiser viajar a sério? Partir dentro de mim à deriva, sem data para chegar? Não posso ser revirada, porque perderei sempre a minha bagagem. Por vezes, finjo ser sopa... outras uma pessoa séria. Mas o mais divertido é ser sopa, vestida de pessoa séria. Há ocasiões em que queima, outras em quase me afogo, senão mantenho a discernidade.