É que Formiga Paprika avizinhava-se de abismo. Inicialmente pensou que era falha de vista... porque cada vez que assim emocionada se sentia olhava e apenas via o Buraco Negro... este começou por um Buraquito, mas logo se fez Homem e à medida que a saudade se fez crescendo, as defesas mentais formiguinheses foram alastrando espaços de vazio em torno dela mesma.
Mas com o passar dos dias, Paprika (agora como gosta de ser chamada, em rompimento total com formiguinhices outroras) se habituou às comedices assintomáticas... vida calma e regada de remeditações, onde todos os dias se lembra de seus grandes afazeres sonhados...e assentidos. Mas a vida é assim... prega destas partidas... há dias que em Paprika, volta a ser Formiga e sua circulação mixuruca ganha novas velocidades...é o suficiente para o caldo entornado das emoções!! É que isso dos sentidos embarca sempre em busca de partilha!! E partilha... não há como ser feita em mundo de vazios...
Formiguinha baixa os olhos, repetindo seus inúmeros mantras... a circulação se acalma... e o dia continua...tic tac...tic..tac... Paprika recupera sua robótica vontade trabalhística e repete-se baixinho: "talvez um dia o mundo se preencha de novo... e esses vazios dêm lugar a outros gordinhos espaços de alguma coisa... "
1 comment:
É, cada dia só nasce depois da noite passar. Cada noite se fina no parto do novo dia. :)
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