Monday, August 16, 2010

Piriquita de Sá, ilustre cantante, saía de casa todos os dias mal acordava. A força matinal devia-se ao amor vivente desse quotidiano que se vive a cada dia. Sentia suas penas tremelicantes, suas patitas genicas e seu coração pulante. Aprontava-se para as saídas e começava o dia em suas cantorias... Pardalito se fazia rogado nos acordares prontos... agarrava Piriquita de Sá em forma de cobra-esmagante, na esperança que esta se acalmasse. Mas a sede solar fazia Piriquita correr e gastar-se nesses vôos rapidamente para depois então voltar.
Ironia do destino ou não...Pardalito foi comido por uma cobra. Dizem que este nem se apercebeu de sua chegada um dia desapareceu numa boca desarticulada e nunca mais se ouviu falar dele...
Piriquita de Sá, deixou-se de ilustres cantorias e de madrugadas em vontades de vida... os quotidianos ajeitaram-se em novos actos, mas as cores, os tremeliques e as genicas se perderam para sempre.
O coração de Piriquita de Sá em estranha arritmia lhe diz "não te preocupes" pulando em descompassada ansiedade.
Na floresta, após votação se decidiu que "foi pelo melhor, Piriquitos não vivem com Pardais!!"
Piriquita sorri... e ouve lá no fundo de si uma voz a resmungar: "E terem tido mais força e vontade para fugir das cobras?!?!...."

1 comment:

Anonymous said...

Ah! Mas cobra é bicho traiçoeiro mesmo e espreita fraqueza para engolir num silvo pardalitos amedrontados de vidas feitas de cor, tremeliques e genicas... floresta sábia de mundos antigos já viu muito piriquito murcho de falta de cor mas de pardalito aventureiro não encontrou rasto não :)