Thursday, May 24, 2007

Qualquer casa sofre nas suas misérias! Venham os vidros duplos e as trancas à porta, que com ou sem ladrão o mistério ataca mesmo. Podemos deixar lá fora o mundo, que cá dentro, tudo dele deriva e se multiplica: pensamentos, desejos, antigas loucuras e paixões ainda por perceber. Mesmo que o pecado more ao lado, é na pouca estrutura que se reflecte. Evitar as varandas!!!
Ardemos em sadismo e queimamos a televisão. Destruímos os rádios e os microndas... Mas elas andam sempre lá... Quantas ondas capta o meu cérebro e nem uma eu noto! O meu próprio organismo me omite factos! O meu próprio Eu me subestima e me oculta a verdade.
Que posso eu pensar de todas estas complicações traiçoeiras? Será seguro ligar a tostadeira? Quem é essa da electricidade nos buraquinhos da parede?
Tenho um confissão a fazer sobre o meu cérebro. Sobre o meu cérebro não, sobre o cérebro que está em mim, mas a sua parte, aquela em que ele é ele, e apenas, mais uma parte de mim. O meu cérebro é TRANSGÉNICO!! Consumido pelas demais ondas, foi-se degradando até que a imunidade do meu sistema teve palavra activa, mas a teratogenicidade estava criada. Porque razão? Pensar a mais. Não demais, mas a mais. Alguns dos pensamentos, surgiam em contexto, eram acarinhados e quiçá amados. Mas outros... umas pobres sinapses mal conseguidas, divergências de trocas electrolíticas em alturas de clara secura de demência.
Por isso agora me tranco. Vejo o dia para lá das risquinhas das janelas e sonho com o dia em que vou conseguir libertar todo o mundo daqui. Só assim estarei realmente presa. A porcaria do mundo libera demais!!!!! Demais mesmo...