É difícil perceber qual é ao certo o papel do silêncio. Umas vezes veste-se de vazio, outras de complemento. Já me apareceu, fantasiado de glutão, debicando dor, mágoa, garotices e disparates... Já me apareceu, feito bicho papão, obrigando-me a recear o escuro...
Parece que em tudo...só se pode ser realmente...em meia medida. Senão, nada faz mesmo sentido.
Ou somos nós, que existimos demasiado e inexistimos de todo...ou são as coisas...que podem ser ou não...e nessa incerteza, se repetem...ad eternum... Portanto...hoje sou só meia. Meia medida. Meia pessoa....Meia certeza...Mas assim, quantas inteiras ao todo seria? Talvez seja esse o elixir da sanidade, o da pura ilusão! Assim, todas as meias posso ser, querer e coleccionar...porque serei sempre uma. Conto como número inteiro, oficialmente. E hoje sou um número. O número um.
" One is the loneliest number
That you'll ever do
One is the loneliest number
Much much worse than two
One is a number divided by two" - Aimee Mann